segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O último Adeus

Um dia de sol, a claridade entra pela portada da janela... chegou a hora de acompanhar a pessoa que me trouxe a este mundo à sua última morada, tal como já aqui referi é um acto de extrema dignidade, levantei-me já passava das 10h00, dormi bem, ao contrário do que esperava, tenho que me apressar para assistir à missa que vai ser dada antes da saída do funeral... ainda não encaixei muito bem o que sucedeu, mas sei que vai ser dificil... encaminho-me para Lisboa e finalmente chego à igreja onde cerca de 80 pessoas já estão para render a última homenagem a uma pessoa especial...
Tal como ela gostava a capela estava repleta de flores de todas as qualidades, talvez por isso a sua expressão fosse tão serena, serenidade a que me habituou e me transmitia mesmo quando as coisas pioravam de dia para dia. sem pânico ou desmoralização.
Os amigos, os colegas, os familiares e outras tantas pessoas que com ela conviveram estavam lá.
Começou a missa e o Sr. Padre disse que ela iria para um sitio melhor, onde não há problemas e todas aquelas coisas que a religião impõe.
Com um carinho fora do normal nestas profissões, os homens da funerária fcharam a urna e encaminharam-na para o carro que a levaria...
Cada vez mais pessoas se amontoavam junto da igreja. todos num silêncio extremo que a ocasião impõe julgo que lá estariam mais de 100 pessoas...
Rumámos então sem percalços de maior ao local onde se ia dar o último adeus.

Foi com muita dignidade com muita calma e sem aquelas histerias habituais destas cerimónias.
O trajecto é feito em silêncio, apenas interrompido pelas explicações do condutor da carrinha sobre a forma como as coisas se iam passar a seguir e sobre o comprimento da fila de carros que acompanharam a minha mãe à sua última morada...

Entramos para a capela, ultrapassa-nos o Padre e a urna é colocada no local da despedida, desta vez reservada aos familiares mais próximos. Breve mas cheia de emoções.
Saiu então e após umas breves palavras do sacerdote, por uma porta lateral com destino ao local onde se procedem às cremações, tal como era seu desejo, já longe da vista de todos para evitar que se assista a um momento que penso seja MUITO doloroso... também não foi desta que fiquei a saber...

Recolhemos então passadas uma ou duas horas para desanuviar um pouco o pensamento...

À noite e porque a amizade tem destas coisas estava reunido com algumas das pessoas mais importantes para mim que não quiseram, apesar do nefasto acontecimento, esquecer o meu 23º aniversário. O primeiro sem a minha mãe em presença fisica mas com uma presença concerteza espiritual...

Obrigado a todos os que estiveram presentes e obrigado à minha mãe por me dar força para os receber e partilhar com eles mais um Ano desta minha "existência terrena"...





1 comentário:

Marta Branco disse...

Olá André!
Como sabes, a minha Mãe faleceu quando eu tinha a tua idade e ela tinha menos um ano que a tua Mãe. É um sentimento impossível de descrever e uma dor imensurável. Mas sete anos passados da partida da minha mãe, digo-te que ela nunca me abandonou, está e estará sempre presente no meu Coração e na minha Alma. Com tudo o que me ensinou e com uma força que me obriga a lutar todos os dias, a não desistir de Viver e a seguir sempre em frente por mais que isso custe. Foi um castelo que se desmoronou e já não está presente fisicamente na tua Vida, mas garanto-te que o castelo continua edificado, agora em cima de uma nuvem...
Um grande beijinho de alguém que te ADORA e estará sempre cá para o que precisares!
PS: Une-te, aproxima-te e dá força ao teu Pai! Com o tempo fui percebendo que os Pais são a única pessoa que temos e que têm um Amor incondicional!